Gilgamesh
Um dos primeiros épicos sumérios, ele conta a história de um rei/deus/herói.
É o início das histórias escritas.
Gilgamesh, rei de Uruk, parte em aventuras junto de seu companheiro Enkidu. Após a morte desse, aquele busca a vida imortal, indo, inclusive, de encontro aos desejos dos deuses.
Em sua jornada, encontra um sábio, que proclama: “A vida que você procura nunca encontrará. Quando os deuses criaram o homem, reservaram-lhe a morte, porém mantiveram a vida para sua própria posse.”
Sua epopeia é até hoje conhecida, influenciando músicas, filmes e séries.
À época, escreviam-se em tábuas de argila. Hoje, grande parte dessa cultura está perdida.
Seu valor é inestimável.
A Bíblia de Gutenberg
Em 1455, o primeiro livro é impresso. Trata-se, nada mais, nada menos, do que a Bíblia.
Dessas impressões, hoje, restam 48 edições. Tirando essas, é o livro mais lido no mundo, podendo-se dizer, inclusive, que certas passagens tiveram de inspiração histórias anteriores, como as de Gilgamesh e de outros épicos.
O preço dela correspondia ao salário de três anos de alguém que trabalhava no clero.
Index Thomisticus
O primeiro e-book. Feito por Robert Busa, como o nome diz, é um índice para os trabalhos de Thomas de Aquino. Trabalho iniciado no final da década de 40, hoje se transformou em kindles, ipads, nooks e tantos outros.
50 Tons de Cinza
Com a popularização dos meios de leitura, inúmeras histórias estão hoje disponíveis.
Por exemplo, podemos comprar a trilogia 50 Tons de Cinza – livros mais vendidos da atualidade por R$ 94,90 -. Menos de 20% de um salário mínimo.
Podemos comprar os sete livros de Harry Potter por R$ 249,00.
Podemos comprar os livros da série Crepúsculo por R$ 79,20.
Mas, afinal, o que estamos comprando com isso? E, o mais importante, o que estamos incentivando com isso?
Compram-se árvores e árvores de papel. Democratiza-se a leitura, é verdade, mas democratizá-la com Harry Potters, Bella Swans e Christian Greys é benéfico, a longo prazo, para a sociedade?
Daqui a alguns anos, seremos lembrados como a geração que não leu Shakespeare. A geração que não leu Dostoiévski, Machado de Assis ou Érico Veríssimo. Seremos a geração que leu Jogos Vorazes, As Crônicas de Nárnia, Percy Jackson e Diário de um Banana.
Aposto que Gilgamesh, Jesus e Thomas de Aquino não gostariam muito do legado que estamos deixando.